| Foto:  https://www.ecured.cu/Juan_Francisco_Manzano
 JUAN  FRANCISCO MANZANO ( Cuba )   Juan Francisco  Manzano (1797–1854) nasceu escravo doméstico na província de Matanzas, em  Cuba, durante o período colonial. O pai de Manzano morreu antes de ele  completar 15 anos e sua única família remanescente era sua mãe e dois irmãos.  Manzano trabalhou como pajem durante toda a vida, o que era um trabalho privilegiado  para um escravo. Ele escreveu duas obras de poesia e sua autobiografia enquanto  ainda era escravo. A Autobiografia de um Escravo é um dos dois únicos  relatos documentados da escravidão cubana do século XIX, os únicos relatos  narrativos existentes da escravidão na América espanhola. (O outro é de Esteban  Mesa Montejo.) O abolicionista irlandês Richard Robert Madden publicou seus Poemas de um  escravo na ilha de Cuba em 1840. Uma segunda parte de sua autobiografia foi  perdida. Ele obteve sua liberdade em 1837 e mais tarde escreveu um livro de  poemas e uma peça de teatro Zafira.
 Em 1844, Manzano foi falsamente acusado de estar envolvido na conspiração de La  Escalera. Após sua libertação da prisão em 1845, ele não publicou mais e morreu  em 1854.
   TEXTO EN ESPAÑOL  -   TEXTO EM PORTUGUÊS   ARIAS DE LA CANA, Fredo, org.   Estudio protoidiomático.  Poesia cubana  - Portada:    Dos  mujeres, de Victor Manuel García Valdés.   México:  Frente de Afirmación          Hispánica,  2021.  28 p.   Ex. doação do livreiro Brito – DF
          EL RELOJ  ADELANTADO
 En vano, reloj mío,
 te  aceleras y afanas,
 marcando  silencioso
 las  horas que no pasan,
 sí,  aunque veloz el tiempo
 como  el viento se escapa,
 jamás  el sol brillante
 de  sus límites pasa.
 El,  con dedo de fuego
 las  verdades señala,
 y  en las reglas que fija
 ni  un solo punto falla.
 Sí,  hurtando los momentos,
 a  mis ojos engañas,
 no  por eso este día
 más  brevemente pasa.
 Pero  si un mal interno,
 o  de tus ruedas varias
 los  aguzados dientes
 te  muerden las entrañas;
 aprende  de mi pecho,
 que  en tan fatal desgracia,
 por  ser igual al tiempo
 de  lágrimas se baña.
 Mas  ¡ay!, que no me entiendes,
 ni  en tu carrera paras,
 tal  vez horas buscando
 menos  duras y amargas.
 Tus  pasos desmedidos,
 tu  acelerada causa;
 y  en tan discorde curso
 ya  a mí dolor igualas,
 que  con el largo tiempo
 siempre  más se adelanta.
 
   TEXTO EM PORTUGUÊSTradução de ANTONIO MIRANDA
         O RELÓGIO ADIANTADO
 Em, vão  relógio meu,
 te  aceleras e surrrupias,
 marcando  silencioso
 as  horas que não passam,
 sim,  embora veloz o tempo
 como  o vento escapa,
 jamais  o sol brilhante
 de  seus limites passa.
 Êle,  com dedo de fogo
 as  verdades indica,
 e  nas regras que fixa
 nem  em um só ponto falha.
 Sim,  furtando os momentos,
 aos  meus olhos enganas,
 nem  por isso este dia
 mais  rapidamente passa.
 Porém  se um mal interno,
 ou  de tuas rodas várias
 os  aguçados dentes
 mordem  tuas entranhas;
 aprende  de meu peito,
 que  em tão fatal desgraça,
 por  ser igual ao tempo
 de  lágrimas se banha.
 Mas  ai!, que não me entendes,
 nem  durante tua carreira paras,
 talvez  horas buscando
 menos  duras e amargas.
 Teus  passos excessivos,
 tua  acelerada causa;
 e  em tão discrepante curso
 já  à minha dor igualas,
 que  com o longo tempo
 sempre  mais se adianta.
 
 *
 VEJA  e LEIA outros poetas de CUBA em nosso Portal:
   http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/cuba/cuba.html    Página publicada em fevereiro de 2023 
 |